segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

INDIGNA-AÇÃO

Tenho andado sumida....



Meu tempo está todo voltado para Marina.Ela ficou dodói e teve que interromper sua adaptação na escola.Fiquei com ela esses dias todos.Não me largou nem para eu tomar um banho.Ela está mais sensível, quer mamãe 24 horas.Haja força física e psíquica, viu!
Mas, MÃE é para essas coisas.

Hoje, ela voltou a escola com a babá.Eu tive que ir trabalhar, depois de tanto tempo em casa.
Foi um desastre!
Ela chorou pela primeira vez.E voltou pra casa mais cedo[foi o que eu tive de informação por telefone].

No dia seguinte, fui levá-la a escola.Marina estava super resistente.Não quis entrar na sala.Chorou.Ficou triste.Teve uma reação que eu estranhei muito.
Ao conversar com a professora, fiquei sabendo, por ela mesma, que no dia anterior, que ela foi com a babá, e a própria professora liberou a babá para voltar para casa, Marina chorou por quase 1 hora, me chamando e me procurando pela escola.
Nossa, quando ouvi isso, fiquei muito indignada.Como uma escola, que tem a função de acolher seus alunos, deixa uma criança de 2 anos, que nunca tinha ficado longe de pessoas conhecidas, e estava a 5 dias ausente da escola, chorar tanto tempo????
Criança chorar em adaptação, acho muito natural.Mas, passou 10 minutos, 15, 20 minutos viu que não deu jeito.Viu que conversa não adiantou.O parquinho não fez com que ela ficasse na escola, então porquê não ligaram para casa?Eu moro no prédio ao lado da escola.
Sei que a professora não teve má intenção.Talvez ela esteja acostumada com crianças que fazem a adaptação assim, na marra, porque as crianças precisam ficar na escola.Mas, não é o caso de Marina e eu não concordo com essa metodologia.Acho que deixar uma criança em adaptação, chorar tanto tempo assim, é surreal.Marina não está na escola porque não tenho com quem deixá-la, e sim, porque acredito que a escola desenvolva a criança positivamente em vários sentidos.

Achei muito absurdo isso.E claro, isso explicou todo o pavor de Marina não querer voltar mais á escola.Ela ficou grudada em mim.Não quis brincar.Claro, o medo dela era que fosse ser "abandonada" de novo.A escola cometeu um erro sério.Criou um mal estar nela.E ela estava super bem.Inclusive, ela já estava ficando na sala sozinha, antes de interromper sua adaptação pelo motivo da virose.

Saí de lá me sentindo mal.Me senti culpada, porque deixei que fizessem ela passar por isso.Mesmo sabendo, que eu jamais imaginaria que uma escola que se diz séria, fizesse isso.
Conversei com o pai dela e com algumas mães e amigas para ouvir opiniões sobre o que aconteceu.
Eu e meu marido decidimos tirá-la dessa escola.Ela perdeu a confiança na escola, e eu, que já tinha alguns questionamentos sobre algumas condutas vistas no período que fiquei dentro da sala, perdi a credibilidade na escola.E se não há confiança, não há condições de manter qualquer tipo de relação.

Ontem, antes de Marina dormir, em "conversas ao pé da cama", puxei o assunto da escola, para tentar um diálogo [ela estava sempre mudando de assunto, quando o tema era escola], e comentei da possibilidade dela ir para uma escola novinha, com amigos novos.
Ela foi taxativa: "Não quero escola novinha não!"
Não insisti no assunto.Achei melhor esperar um novo dia chegar para tentar um novo diálogo.
Até que depois de alguns minutos ela sai com: "Mãe, nessa escola novinha, a tia é nova também???"


Preciso falar mais alguma coisa?

Hoje, vou a uma nova escola, visitar.Daqui para frente, dou notícias.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

CORAÇÃO DE MÃE


Eu sempre digo que ser MÃE ( com letra maiúscula) não é tarefa nada fácil.O que vale é que o amor e o prazer de exercer essa função salva qualquer dificuldade.

Ainda em adaptação, eu e Marina[mais eu do que Marina], ainda preciso preparar meu coração para sofrer pelos filhos das outras mães.
Na sala da Marina tem algumas crianças que ficam no integral.Entram ás 7:30h, e saem ás 17:30/18:00h.Algumas delas, observando as mamães dos novatos pela área, devem sentir aquela pontinha de saudade do carinho das mamães, e aproveitam para "filar" o carinho da mãe alheia.

Tem uma gostosinha lá, que eu chego, e ela gruda.Ela me dá beijo.Conversa.Pede para passar a mão nos meus cabelos.Traz brinquedo para eu brincar junto.Eu, como mãe, mesmo que alheia, acolho.Tenho vontade de trazer para casa comigo.
Numa aula de inglês[Marina tem aulas de inglês 4 vezes na semana], eu fiquei bem afastada do grupo, mas, de longe observava a reação da Marina.Até que me deparo com uma menininha loirinha, sentada no colo da professora auxiliar, me olhando, com aquele olhar triiiiiste, e balbuciando alguma palavra.Fixei o olhar em sua boca e entendi, que ela me olhava e dizia: "mamãe, mamãe".Até que a professora, me disse:"ela está confundindo você com a mãe dela, porque você realmente lembra muito a mãe dela."
Ai, me cortou o coração!!! Deu vontade de colocar no colo e dar carinho.Mas, tive que me conter, para não atrapalhar o andamento da tal aula de inglês.A professora, explicou a pequena carente, que eu não era a mamãe dela.E tratou de dar um carinho na pequetita.

Eu imagino a dor que sentem as mamães que precisam deixar seus filhos numa escola integral porque precisam trabalhar.Mães que não podem ir as adaptações de seus filhos, na escola.Muitas vezes chegam em casa e encontram seus filhos já dormindo.
Se essas mamães das meninas que eu citei acima, assistissem essas cenas, talvez se sentissem culpadas por achar que falta tempo para mais amor.Mas, imagino que o impossível é feito para dar o máximo de amor, carinho e atenção no tempo em que estão juntas.
E nesse caso, o ditado que diz:" o que os olhos não vêem, o coração não sente." é o que deve confortar.

É duro viu, para uma mãe de primeira viagem em adaptações escolares, ainda ter que confortar o coração com as carências dos amiguinhos da sua filha.Mas, como o coração de MÃE é grande, sempre cabem mais duas, três, quatro....

Sua avó não sempre diz que: ser MÃE é padecer no paraíso??? Ela tem toda razão.Acredite!

: )

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

PÉROLA DE MARINA


Marina e suas pérolas...Ontem a noite ela saiu com essa:


Na hora de ir dormir, á noite, ela tem o costume de, depois de colocar seu pijama, ir se despedir do pai e de quem mais tiver na casa, inclusive as cachorras.Dá o famoso "boa noite.Até amanhã". Um beijo e tchau.Ela mesma, faz questão de apagar a luz do quarto, fechar a porta( e expulsa, literalmente, quem estiver a mais no quarto, além de mim) e brucutu pra cama.

E ontem, desde a hora que eu colocava o pijama nela, ela falava alguma frase que eu não conseguia entender, porque ela estava de chupeta.Repetiu umas 3 vezes, e eu não entendi.Pedi que ela tirasse a chupeta para eu entender e aí sai a frase:

"MÃE, HOJE É SEM TCHAU."

---> Na hora, eu demorei uns segundos para entender o que era isso,mas depois me liguei, que o "hoje é sem tchau", no sentido de dar boa noite para o restante da casa.

"Como assim, Marina? você não vai dar boa noite para o papai, Luna, Shine e Andreia?"

"HOJE, NÃO."

Se levantou, apagou a luz e foi deitar.

--->Fazer o quê?? Não tem dias que a gente fica assim, meio sem querer papo??? Ela também tem seus dias "D"...

---> ... Durma com um barulho desses...




ADAPTAÇÃO DE MÃE - A CRISE!




Hoje foi o segundo dia da Marina na escola.Ela foi bem melhor que ontem.

Hoje o período de adaptação se estenderia até a hora do lanche.Mas, Marina quis ficar até a hora do parquinho.Não quis vir embora.Fiquei feliz, sinal que ela está se adaptando bem, e gostando da escola.


A minha adaptação é que está sendo mais difícil....

Eu olhava para as crianças que já estão inseridas nesse mundo chamado "escola", e vejo que já são independentes, brincam sozinhas, brincam com a tia, brincam com os amiguinhos.Ficam numa boa.Não ligam se o fulaninho pisou sem querer na sua mão, na hora de se levantar.Não esquentam com a água que entornou em cima da sua roupa.Interagem na aula totalmente.E melhor, se viram sozinhas quando a situação, aparentemente, pediria a ajuda de um adulto.


Os novos, assim como a Marina, chegam mais perto das mamães "adaptantes"(como eu).Choram, quando um amiguinho não quer dividir o brinquedo.Se magoam com a água entornada na roupa.Não interagem totalmente com as tias e com os amiguinhos.Não se viram sozinhos na hora do lanche.Olham com total desconfiança para a tia desconhecida que leva ao banheiro para trocar a fralda, ou fazer xixi no vaso.Esperam que as mamães coloquem seus lanches, dêem na boca o iogurte, providencie logo a água... Enfim, tudo que estão acostumados a ter em casa.Mas, lá é tudo diferente.São três "tias" para dar conta de 15, e tudo ao mesmo tempo agora.Vão ter que aprender a esperar que chegue a sua vez.


É tudo uma questão de tempo.Eu hoje tive a recaída de "mãe adaptante"(acabei de criar).

É tudo muito novo pra quem é mãe de primeira viagem de escola.Na minha casa, eu escolho quem vai cuidar dela na minha ausência.E agora é hora de "saber" deixar minha preciosidade aos cuidados da escola.É aprender a soltar a mão dela para que ela aprenda a ser independente.É deixar ela saber se virar na briga pelo mesmo brinquedo.É aprender a confiar em quem você não conhece.Me dá a sensação que ninguém vai saber cuidar dela, com eu acho que deveria.


E é assim com todas as mães que dão partida ao processo de independência de seus filhos.Daqui a pouco, a Marina vai estar extamente igual aos amiguinhos que já se viram sozinhos.

Mas, não é nada fácil aprender a soltar a mãozinha da Marina para o mundo, viu?!Juro que pensei que fosse ser mais fácil.Nessas horas, a Alessandra-psicóloga, fica lá escondidinha.A que impera mesmo é a Alessandra-mãe.


Marina está muito bem, obrigada em sua adapatação.Definitivamente, a ADAPTAÇÃO, é coisa para Super-mamães e Super-papais.Mas, eu chego lá.Hoje foi só o segundo dia da minha adaptação!


E um dia eu ainda vou achar graça desse momento aflito.


: )

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

PRIMEIRO DIA NA ESCOLA




Hoje, pela primeira vez, Marina foi a escola.Temos nos preparado para esse dia a algum tempo.Toda empolgação que sentimos, passamos para Marina.E ela, estava na expectativa desse dia de ir a escola, chegar logo.

Quando ela colocou o uniforme, pegou a mochila e a lancheira, é que foi cair minha ficha, que de verdade esse dia tão aguardado por toda a família tinha chegado.Fiquei muito emocionada em vê-la prontinha, toda linda naquele uniforme azul e branco.

Incrível como a escola é um marco não só na vida da criança, como na vida da família inteira.E eu que estava toda empolgada para esse dia chegar logo, me senti invadida por dois sentimentos:O de alegria de ver que minha pequena está começando um novo ciclo, e a sensação de vazio que é ver que Marina não é mais um bebê.E que ela vai ficar um período de 4 horas e meia todo dia com pessoas que eu não conheço(ainda), e vou ter que aprender a me sentir em paz, longe dela, sem nem mesmo ligar para saber, se lanchou, se está bem, etc.E que vou ter que dividí-la com amiguinhos e professoras.
Sentimento de mãe mesmo.Que de vez em quando se apropria da sua cria, como se o mundo lá fora, ficasse literalmente de fora.

Marina foi toda serelepe pela rua.Uma das mãos puxava a mochila, e a outra, segurava a minha mão.Logo que chegamos na sala, a "tia" a chamou pelo nome, deu boas vindas e ela com vergonha, tentou colocar a mãozinha toda na boca.Mas, logo que reparou que haviam mais crianças em volta de uma mesa, tratou de colocar a mochila num cantinho e foi lá interagir.

Eu, fiquei sentada, praticando o ato de observar.Observei a Marina, a professora, as auxiliares, os amigos, as outras mães que também estavam na tal "adaptação".Passou um filme pela minha cabeça, desde que ela nasceu até aquele momento.O tempo é cruel em sua passagem.E quando se tem filhos, essa dimensão de rapidez do tempo fica aflorada, nua e crua!Por isso, que as mães mais experientes, me dizem para aproveitar muito enquanto são pequenos, porque depois dá uma baita saudade dos pimpolhos enquanto pequenos.

Ela se saiu super bem, para primeiro dia.Hoje foi só 1 hora na escola para deixar gostinho de quero mais.Eu acredito que a adaptação dela e minha a nova rotina, vá ser tranquila.

Eu saí da escola nesse primeiro dia, num misto de alegria e nostalgia.Criar filhos, na minha cabeça é isso:Ter sabedoria de entregá-los ao mundo com dignidade.E a escola tem papel fundamental nesse processo de parceria.

Demos início a um novo e impotante ciclo na vida da MARINA!

: )


HOJE É DIA DE YEMANJÁ!


Hoje é dia de Yemanjá!




Eu sempre acreditei que Yemanjá fosse real.Sempre que olhava o mar, achava que aquela imensidão era comandada por ela.


Sempre tive muito respeito pela imensidão azul, por medo dela querer me levar pra lá, e eu ficar longe dos meus pais.Eu era pequena, na época desses pensamentos.Criança tem cada pensamento...

Cresci.O respeito continuou.A admiração pelo mar aumentou infinitamente.E posso dizer que sou devota de Yemanjá.Foi á ela que pedi MARINA de presente.Depois de 2 anos e meio tentando engravidar, numa conversa em noite de virada de ano, em frente ao mar, pedi.E logo depois Marina chegou.

Como não acredito em coincidências, agredeço á ela.


E hoje é dia de festa no mar!

Ela festeja lá.E eu festejo aqui!


: )